abril 2009 Arquivo

mendes2.jpgAssim como boa parte do Brasil, Joaquim Barbosa perdeu a paciência e disse:


- Vossa Excelência está destruindo a Justiça deste país. Saía à rua ministro Gilmar - disse Joaquim Barbosa

- Estou na rua - respondeu Gilmar Mendes.

O ministro Joaquim Barbosa retrucou:

- Vossa Excelência não está na rua, Vossa Excelência está na mídia, destruindo a credibilidade da Justiça brasileira. Vossa Excelência não está falando com seus capangas do Mato Grosso.


Para a íntegra do vídeo do sarrafo em Gilmar "Dantas" clique aqui


Para conhecer o resto da turma vale ler esta nota publicada após uma reunião de três horas e que contou com a presença de oito Ministros do STF.


NOTA

Os ministros do Supremo Tribunal Federal que subscrevem esta nota, reunidos após a Sessão Plenária de 22 de abril de 2009, reafirmam a confiança e o respeito ao Senhor Ministro Gilmar Mendes na sua atuação institucional como Presidente do Supremo, lamentando o episódio ocorrido nesta data.

 

Ministro Celso de Mello

Ministro Marco Aurélio

Ministro Cezar Peluso

Ministro Carlos Ayres Britto

Ministro Eros Grau

Ministro Ricardo Lewandowski

Ministra Cármen Lúcia

Ministro Menezes Direito

Fonte: http://www.stf.jus.br/portal/cms/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=106628


*************************************************


Obs minha.: A Ministra Ellen Gracie não assinou o documento. Mas ela também não se escapa. E tem nome de cafona, diga-se de passagem.

Obs. 2: O ministro Joaquim Barbosa só não foi repreendido nesta nota pela posição de Carmen Lúcia, Ricardo Lewandowski e Ayres Britto


POR FIM, ALGO DE BOM. O MINSTRO JOAQUIM BARBOSA CONSEGUIU, AO MENOS, DAR UM TEMPO... (condição indispensável para o pensar)


Notícias STF
Quarta-feira, 22 de Abril de 2009

Cancelada a sessão plenária de julgamentos desta quinta-feira (23).

Fonte: http://www.stf.jus.br/portal/cms/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=106627
******************************************


JoaquimBarbosa1.jpg

Observação 2: Na tragédia grega, após uma grande ilusão de tentar por em prática a justiça, os heróis inevitavelmente fracassam e caem na desgraça. Geralmente são julgados e condenados pelos seus. No entanto, quando se calam, os verdadeiros julgados passam a ser os próprios deuses.



De um lado, o descolado...


FHC-maconha.JPG




Ex-presidente da República THC, na 3ª Reunião da Comissão Latino-Americana sobre Drogas e Democracia defende a descriminalização da maconha. Diz o aposentado que "Nosso objetivo é abrir o debate para acabar com o tabu. Essa história de guerra contra as drogas não resolve. É preciso ter outras ações que levem à redução da demanda".











Enquanto isso, no plácio da justiça...


mad doctor.jpg

Super José Serra está mais do que nunca empenhado na GUERRA CONTRA O TABACO, que remonta desde a sua permanência no Ministério da saúde. O governador conseguiu que a Assembléia Legislativa de SP aprovasse o projeto de Lei que proíbe o cigarro em ambientes fechados, desde fumódromos em restaurantes até casas noturnas. O bom é que ela vem para salvar os próprios fumantes. Vitória da Medicina. Para saber exatamente o que e onde fica proibido clique aqui.









E como se não bastasse...


trakinas-kid.JPG

"Vou querer três. Mas é da boa?" "Tás me chamando de ladrão seu f*&ho da p#%a ?" "Não, não, me vê logo então... Quanto dá" "ta um real cada bolacha". Joãozinho, da terceira série, cuja mãe não permite que ele se perca na vida e acabe com sua saúde, apela a Pedrinho, da quarta, para comprar clandestinamente algumas bolachas que ele consegue trazer ao recreio. O cenário já é completamente possível com a aprovação por unanimidade no dia 15 de Abril de 2009 pela Assembléia Legislativa de São Paulo do projeto de Lei 1356/07, o qual proíbe a venda de refrigerantes, coxinhas e bolacha recheada nas cantinas das escolas. Trata-se de uma proibição de alimentos com baixo valor nutricional ou que contenham substâncias maléficas à saúde, como a gordura trans. Uma boa forma de se ensinar  responsabilidade as crianças: não pode e pronto. O que deveria vir de casa e ser um progressivo ensino de moderação, acaba por ser um novo decreto que pretende impor a saúde goela abaixo. As autoridades esqueceram o porquê das crianças gostarem de biscoitos ou refrigerante: comem porque é saboroso. Quem não gosta de algo que sacia o paladar? Estaremos salvando as crianças de seus apetites? Não. Eles continuarão lá. É ilusório pensar que se pode proteger seres humanos de serem humanos e assustador observar que a cada dia essas políticas sanitaristas se mostram mais evidente.. Por um lado, coloca-se um cardápio na escola que prima somente pela científica classificação de valor nutritivo ou pela utilidade do alimento. Pois bem: NÃO  SE VIVE APENAS DE NECESSIDADE. Ao contrário dos bichos, que vivem bem com ração (que controla os nutrientes), não creio que submeter pessoas a um cardápio regulado desenvolva seu senso de responsabilidade ou que respeite a sua dignidade de buscar comer algo mais agradável do que o estritamente necessário. Agora elas não podem comer "porcarias" dentro dos muros da escola. Mas nada as impede de ir comprar no bar da próxima esquina na saída. E, sobretudo, não se retira o desejo delas. A estratégia então se converte em nem mesmo deixar conhecer algo que possa desviá-las do caminho certo, da saúde. Um outro cenário sombrio: talvez iremos ver surgir o tráfico do biscoito recheado no recreio de escolas cada vez mais saudáveis. Uma transgressão dos pequenos para que possam continuar a ser gente, tal como os jovens do Irã trapaceiam os aiatolás para poder ter o mínimo de bebidas em festas. A não! Já dei mais uma idéia para o Médico Maluco! Melhor parar por aqui...





A tradução do pouco conhecido Tratado de Magia de Giordano Bruno demonstra que, mesmo em um mundo em que houvesse algum paralelo entre as palavras e as coisas, a linguagem seria inexata e a comunicação impotente

 

Enquanto na tradição averroísta algo poderia ser verdade para a fé e falsidade para a razão (e vice-versa), no pensamento hermético de Raimundo Lull (1235-1315), contudo, há uma grande oposição àquele pensamento motivado pela tentativa de unir o lógico ao espiritual. Seria somente com uma razão na fé que seria possível a conversão dos sarracenos ao Cristianismo segundo tal pensador catalão, o qual era muito mais fiel ao platonismo agostiniano, portanto com uma verdade única e universal, do que ao pensamento aristotélico que se difundia na Europa por influência dos árabes. Antes que o Ocidente  transformasse o intuito de Lull em uma fé na razão, floresceu na renascença da atual Itália um pensamento hermético marcado por tais oposições, sendo principalmentebruno7r.gif consolidado por pensadores como Marsilio Ficino, Pico della Mirandola e Giordano Bruno (1548-1600). Este último, o qual é sempre tido por um dos fundadores da ciência moderna, teve recentemente um de seus textos mais obscuros publicados pela Martins Fontes. Assim, o De Magia (Tratado de magia), em edição bilíngüe que contou com Rui Tavares para sua tradução, pode dar ao leitor uma pequena amostra das problemáticas que inspiravam toda a literatura herege da época. Enquanto em uma primeira leitura a tendência seria a de opinar por uma tendência muito mais cristã e unitária (ainda que trinitária) da parte de Bruno, fundada principalmente em Lull, já que sua magia e seus rituais não chegam a problematizar os restos dessas experiências, como as precipitações decorrentes das soluções (caput mortuum) ou remédios, por outro lado, com uma leitura mais atenta, é interessante notar como o autor não tem uma concepção de linguagem que faça eco à sua ausência de resto. Por mais que o saber não seja pensado como separado do mundo no binômio sujeito-objeto, existiriam afinidades, semelhanças e simpatias (ou antipatias) que conseguem expor uma concepção de linguagem como incompleta. A magia, no entanto, seria aquilo que liga o saber ao agir, muito próximo, assim, de Pico Della Mirandola, para o qual a magia é maritare mundus (fecundar o mundo). No entender de Bruno ela  pode ser dividida em divina, natural e matemática. As duas primeiras seriam perfeitas, já a última, que lida diretamente com a natureza, seria tanto boa quanto má: ela abarcaria desde os demônios bons (anjos, serafins, etc) aos mais cruéis. Eis que, portanto, a magia abrangeria a totalidade (desde o bom até o mau), mas justamente por esta totalidade ser regida pelas mesmas leis, nem tudo é necessariamente conveniente semelhante ou passível de simpatia. Assim como a água não se mistura ao óleo, um médico não pode curar um paciente que não partilhe da mesma fé. Mais do que isto: um alaúde fabricado com cordas feitas de restos de lobo avizinhadas de cordas provenientes de carneiro não consegue produzir sons porque ambas as cordas se oporiam. Portanto, ao avizinhar as leis divinas das naturais para influenciar o mundo e, assim, ligar o saber ao agir, há indiscutivelmente um caráter prático da parte de Giordano Bruno. - Não como em Kant já que este pretendia teorizar definitivamente a representação. - Os herméticos, neste sentido, não viam acumulação na descoberta, mas a constatação daquilo que já existe. O saber mágico consiste em encontrar as marcas de semelhanças nas coisas para algum propósito, por exemplo: sabe-se que chá de nozes faz bem para curar dor de cabeça, o que está facilmente visível na semelhança entre a parte interna das nozes e a parte interna do cérebro. Vale para esta análise lembrar Michel Foucault quando em "as palavras e as coisas" ficou célebre por demonstrar que na tradição hermética as palavras, o pensamento e o mundo não necessariamente se opunham. Assim, o saber oculto se justificava por lidar com semelhanças que, longe de representar o mundo, lidam com ele, experimenta seus próprios princípios, mas sem haver algum progresso ou esperança de conhecer tudo com absoluta certeza. Assim, para a escrita de tratados alquímicos ou de magia, a única certeza seria justamente o processo de escrita capaz de expor as semelhanças que já existem. O saber consistiria na tradição hermética muito mais em fazer ver a união dos compostos que estaria oculta para o vulgo do que em criar novos mecanismos para a transformação do mundo. Sendo Bruno, portanto, prático à sua maneira, tanto seria possível lê-lo com relação à química ou à medicina, o que teria um considerável valor histórico, ou também pelo lado dos processos psíquicos ou da religião, o que traria algumas conseqüências psicológicas interessantes. Ao contrário de se permitir levar por tal oposição, é interessante o gesto de Marie-Louise Von Franz, discípula de Jung, a qual trabalhou com outro texto alquímico, a Aurora Consurgens, atribuído normalmente a São Tomás de Aquino. Para ela e Jung na coletânea Misterium Coniunctionis, os textos alquímicos são experiências que estão em paralelo com o processo de individuação do homem que se civiliza. Na alquimia haveria um confronto do sujeito com símbolos gerados pelas negligências da cultura com um mundo arcano, que seria a causa da individuação. Os textos ocultos, no entanto, seriam uma forma de se reaproximar a uma conjunção entre esses dois mundos. De fato, Aurora Consurgens termina com palavras de êxtase que narram a conjunção carnal do amado com a amada (semelhante ao cântico dos cânticos) e termina com alusão ao número três, a plenitude, que pode ser pensada no triângulo homem-mulher-criança, mas a isso não se limitando. Entretanto, demonstra Giorgio Agamben em seu livro "Stanze" que, em vez de se pensar o pensamento hermético em termos de sutura de uma separação, o que estaria muito próximo da experiência do êxtase, pode-se pensar tanto o hermetismo como a religião como re-leitura em vez de re-ligação. Isto explicaria o porquê de tais textos que versam sobre o transe poderem ser escritos já que o transe por excelência é impossível de se por no papel. O que está em jogo, portanto, em vez de ser uma escrita do transe (o que é um paradoxo) consistiria em uma precipitação do pensamento, ou seja, uma forma de se lidar com o impossível colocando-o na poesia, na magia ou na teologia. O que se trata então é uma releitura que põe a escrita, mas não uma escrita que venha para ligar a separação entre as palavras e as coisas, mas para experimentar a própria separação. A escrita seria, assim, um veículo que proporciona um toque, uma experiência plena do mistério, mas que nunca vem para resolvê-lo. A metaforização, assim, não pode ser entendida como metáfora no sentido tradicional, mas como uma reescrita, uma mera semelhança que se encontrava apenas impensada. Isto fica bastante claro quando Giordano Bruno em seu tratado lida com o problema da comunicação com os deuses a partir da linguagem comum. Diz o autor: "É por esta razão que os deuses falam através de imagens ou de sonhos, que nós, por falta de hábito, por ignorância e pela obtusa debilidade das nossas faculdades, chamamos de enigmas; quando são estas as [verdadeiras] palavras por excelência e os próprios confins das coisas que se podem figurar. Mas, ao mesmo tempo que tais práticas se furtam ao nosso entendimento, as nossas palavras latinas, gregas ou italianas escapam também à escuta e inteligência das potências divinas, superiores e eternas, que divergem de nós em espécie - ao ponto de ser dificílimo manter trato com elas, mais ainda do que seria mantê-lo entre águias e homens! E, tal como os homens de determinado povo não podem ter trato nem comércio sem comunidade de linguagem com os homens de outro povo senão através de gestos, assim nós, com determinado gênero de divindades, não o conseguiremos senão por meio de certos sinais, selos, figuras, caracteres, gestos e outros rituais." Portanto, o fato da imaginação, das divindades e do mundo serem semelhantes ou divergirem, mutuamente atraídos ou opostos, não significa que a linguagem seja capaz, por si só, de representar e lidar com tudo isso. Ao contrário, as semelhanças, antes de serem representadas, deviam ser experimentadas. Isto não indica de forma alguma que a magia, que a faculdade mimética das semelhanças, seja algo redentor por si só. A imaginação quando associada à matéria por um princípio ativo pode fazer surgir os fantasmas que são responsáveis pela melancolia . Bruno, assim, não procura entender este tipo de doença como apenas derivado da bile (muito embora fazer uma sangria pudesse ajudar), mas como algo próprio do espírito e que deveria ser combatido em suas origens. Tal combate a este mal da imaginação, no entanto, não chega a ser descrito, sendo aconselhável apenas que o paciente tenha fé. De toda forma, o texto é uma preciosa fonte para se estudar um momento em que havia uma certa forma de se experimentar o mundo pela correspondência entre a atração dos ímãs e a atração das almas ou entre a antipatia entre lobos e cordeiros. Conforme Walter Benjamin, "pode-se supor que o dom mimético, outrora o fundamento da clarividência, migrou gradativamente no decorrer dos milênios, para a linguagem e para a escrita, nelas produzindo um arquivo completo de semelhanças extra-sensíveis." Progressivamente, portanto, a oposição que antes havia no mundo em positivo negativo, fogo e água, passa a se fechar no mundo do texto. A releitura de Giordano Bruno, portanto, demonstra que, enquanto no hermetismo o mundo podia ser lido através das semelhanças, e era autor quem se precipitava em texto para não enlouquecer com os próprios fantasmas que a imaginação criava, na separação moderna entre sujeito e objeto, curiosamente, o autor somente pode ser a própria precipitação da leitura, o resto da solução ou o sangue derramado no ritual. E se hoje as semelhanças já não são uma forma de ler e a própria leitura dos astros ou dos metais não produz efeitos diretos nos homens, isto não significa que seja a hora de se reencontrar com a natureza ou esperar que na era de Aquário esta faculdade mimética que os antigos supostamente possuíam vá retornar. Já não se trata mais de buscar, como era o propósito de Jung, uma comentários sobre o mistério da conjunção. Talvez seja mais interessante entender nas precipitações das soluções, escritos e rituais, cujos ingredientes e resultados desconhecemos, o desvelamento de marcas. Mesmo que se lesse Giordano Bruno como autor de uma época perdida, isto serviria de alerta para que mesmo que o mundo possuísse uma lógica ou uma lei maior, já não seríamos capazes de conhecer seu funcionamento. Assim, prescrições de filósofos não mais poderiam levar em conta as antipatias e inconveniências dos compostos. No entanto, dado que a constatação da separação entre sujeito e objeto impossibilita a existência de uma época anterior em que ambas as noções coincidiriam (já que só o fato de pensar em um sujeito já pressupõe a sua separação), não se pode mais pensar na possibilidade de ser mago, mas apenas feiticeiro, o qual não perde tempo atrás de pistas acerca da origem da junção entre intelecto e matéria, do significante e do significado ou do sujeito com o objeto; o feiticeiro compreende que  nas experimentações e ritos, que não se correspondem mais com os deuses, pode haver uma centelha de experiência, ou seja, uma impressão em nossos textos e representações muito mais acerca do mistério da separação do que da conjunção, tudo isto concomitante com sua pobreza de experiência. 

 

    

 

 

 

Anteriormente publicado no SOPRO n. 2 

http://www.culturaebarbarie.org/sopro/n2.pdf

    Após um período de breve osciosidade o blog quarentena: o que sobrou do Limbo traz uma entrevista da cantora Bjork com o compositor K. Stockhausen não muito tempo antes de seu falecimento em sete de dezembro de 2007. O autor de obras como quarteto para helicópteros, Hymnem ou Licht foi com certeza mais conhecido pelos não eruditos como sido inspirador dos Beatles ou por ter dito que o 11 de Setembro foi a maior obra de arte imaginável do que propriamente por sua música. Uma mostra bastante sucinta de seu trabalho pode ser encontrada no seguinte link: http://www.youtube.com/watch?v=K0h0ApJAeSg 

     Faço aqui também uma divulgação do jornal SOPRO de edição dos amigos Alexandre Nodari e Flávia Cera. Colocarei em breve uma resenha minha publicada no número 2. A íntegra de todas as versões pode ser encontrada no http://www.culturaebarbarie.org/sopro/

 

     Por fim, após uma certa revisão pretendo colocar a tradução do texto "´L'Amérique disparu" de Georges Bataille, o qual trata dos rituais sacrificiais entre os ameríndios e discute a sua (não)significação decorrente do transe.

 

 

I went to music school from the age of five and then, when I was 12 or 13, I was into musicology and this Icelandic composer and teacher at the school
introduced me to Stockhausen. I remember being almost the fighter in the school, the odd kid out, with a real passion for music, but against all this retro,
constant Beethoven and Bach bollocks. Most of it was this frustration with the school's obsession with the past. When I was introduced to Stockhausen it
was like 'aaah'! Finally somebody was speaking my language. Stockhausen has said phrases like, "We should listen to 'old' music one day a year and the
other 364 days we should listen to 'now' music. And we should do it in the same way as we look through photo albums of when we were children. If you
look at old photo albums too often they just become pointless. You start indulging in something that doesn't matter, and you stop worrying about the
present. And that's how he looked at all those people who are obsessed with old music. For a kid born of my generation who was 12 at that time it was
brilliant, because at the same time I was also being introduced to the electronic music of bands like Kraftwerk and DAF.

bjork.jpg            I think when it comes to electronic music and atonal music, Stockhausen's the best. He was the first person to make electronic music before synthesis-
ers were even invented. I like to compare him to Picasso for this century, because like him he's had so many periods. There are so many musicians who've
made a whole career out of one of his periods. He goes one step ahead, discovers something that's never even been done before musically and by the
time other people have even grasped it he's onto the next thing. Like all scientific geniuses, Stockhausen seems obsessed with the marriage between
mystery and science, although they are opposites. Normal scientists are obsessed with facts: genius scientists are obsessed with mystery. The more
Stockhausen finds out about sound, the more he finds out that he doesn't know jack shit; that he's lost. Stockhausen told me about the house he built
himself in the forest and lived in for ten years. It's made from hexagonal pieces of glass and no two rooms are the same, so they are all irregular. It's built
out of angles that are reflective and it's full of spotlights. The forest becomes mirrored inside the house. He was explaining to me how, even after ten
years, there would still be moments when he didn't know where he was, and he said it with wonder in his eyes. And I said, "That's brilliant: you can be
innocent even in your own home", and he replied, "Not only innocent, but curious." He's such a humorist.



Björk Gudmundsdottir: It seems to me that your electronic music is more like

your voice and your other pieces are less personal, somehow. Do you feel that

too?

Karlheinz Stockhausen: Yes, because a lot of things that I do sound like a

very alien world. Then a notion like 'personal' is irrelevant. It is not important,

because it is something that we don't know, but I like it, and I make it.

BG: It seems to me that you just put your antennae out, and that is like your

voice, your point of view, like from the outside. Or something like... (pause) I

can't really explain it.

KS: No, neither can I. The most important thing is it is not like a personal

world, but something that we all don't know. We have to study it, we have to

experience it. If we catch something like that, then we have had luck.

BG: Are you sure it's not you?

KS: Oh I am surprised myself, very often. And the more I discover something

that I haven't experienced before, then the more excited I become. Because

then I think that it is important

BG: I've got a problem that I get very excited about music. I panic because I

feel I don't have time to do it all, does that worry you?

KS: Yes and no, because I have learned now in my life that even the very

early works made 46 years ago are not understood by most of the people. So

this is a natural process that if you find something that surprises you, then for

others it's even harder to incorporate that into their being. So it would take

sometimes 200 years before a large group of people, or even for individuals to

have reached the same stage that I have reached after having spent, let's say,

three years eight hours in the studio to make something. You need as much

time as I did just to hear it. Let's not even talk about understanding what it

means. So that is the natural process that certain musicians make something

that needs a lot of time to be listened to many, many times, and that's very

good.




stock.jpgBG: Yeah, but I am also talking about the relationship between you and your-

self, and the time that you have between birth and when you die. If it is

enough to do all of the things you want..

KS: No, you can only do a very small portion of what you want to do. That is

natural.

BG: Yeah, maybe I'm very impatient. It's hard for me to...

KS: 80 or 90 years is nothing. There are a lot of very beautiful pieces of

music of the past which the majority of the people alive now will never hear.

These pieces are extraordinarily precious, full of mystery and intelligence and

invention. I'm thinking at this moment of certain works by Johan Sebastian

Bach, or even earlier composers. There are so many fantastic compositions,

five or six hundred years old, not even known to the majority of human

beings. So it will take a lot of time. There are billions of precious things in the

universe that we have no time to study.

BG: You seem to be so patient, like you have all of this discipline to use time.

It freaks me out, I still haven't learned how to sit in my chair, it's very hard for

me. Do you always work eight hours a day?

KS: More.

BG: Do you think the core of your urge is more to show or record the things

out there: to prove they exist, like just for scientific reasons, or is it more

emotional to create an excuse for everybody to unite. So that maybe some-

thing will happen, like your music could achieve that?

KS: It's both.

BG: Both?

KS: Of course. I am like a hunter, trying to find something, and at the same

time, well this is the scientific aspect, trying to discover. On the other hand, I

am emotionally in high tension whenever it comes to the moment when I

have to act with my fingers, with my hands and my ears, to move the sound,

to shape the sound. It is then I cannot separate thinking and acting with my

senses: both are equally important to me. But the total involvement happens

in both states: if I am more a thinker, or more an actor; I am totally involved,

I get involved.

BG: I used to travel with my little ghettoblaster, and have my pocket full of

tapes, and try to always find the right song. I didn't care what song it was, as

long as it would unite everybody in the room and get everybody together. But

sometimes that can be quite a cheap trick, you know? I remember once read-

ing that one of the reasons why you don't like regular rhythm is because of

the war.

KS: No, no, that's...

BG: That's a misunderstanding?

KS: Mmm, yes. When I dance I like regular music. With syncopation naturally.

It shouldn't always be like a machine. But when I compose, I use periodic

rhythms very rarely, and only at an intermediary stage, because I think there is

an evolution in the language of music in Europe which leads from very simple

periodic rhythms to more and more irregular rhythms. So I am careful with

music which emphasises this kind of minimalistic periodicity because that

brings out the most basic feelings and most basic impulses in every person.

When I say 'basic', that means the physical. But we are not only a body who

walks, who runs, who makes sexual movements, who has a heartbeat which is,


more or less, in a healthy body, 71 beats per minute, or who has certain brain

pulses, so we are a whole system of periodic rhythm. But already within the

body there are many periodicities superimposed, from very fast to very slow

ones. Breathing is, in a quiet situation, about every six or seven seconds.

There's periodicity. And all of these together build a very polymeric music in

the body, but when I make the art music I am part of that whole evolution,

and I am always looking for more and more differentiation. In form as well.

BG: Just because it's more honest, it's more real?

KS: Yes, but what most of the people like is a regular beat, nowadays they

make it even in pop music with a machine. I think that one should try to make

music which is a bit more... flexible, so to speak, a bit more irregular.

Irregularity is a challenge, you see. How far can we go in making music irregu-

lar? Only as far as a small moment when everything falls into synchronicity,

and then goes away again into different meters and rhythms. But that's how

history has been, anyway.

BG: I think that in popular music today people are trying to come to terms

with the fact that they are living with all of these machines, and trying to com-

bine machines and humans and trying to marry them in a happy marriage: try-

ing to be optimistic about it. I was brought up by a mother who believed

fiercely in nature and wanted me just to be barefoot 24 hours and all of these

things, so I was brought up with this big guilt complex of cars and skyscrap-

ers, and I was taught to hate them, and then I think I'm, like, in the middle. I

can see this generation who are ten years younger than me making music, try-

ing to live with it. But everything is with those regular rhythms and learning to

love them, but still be human, still be all gritty and organic.

KS: But regular rhythms are always in all cultures: the basis of the structure.

It's only very lately that they come to make a more complicated rhythm, so I

think it is not so that the machines have brought irregularity.

BG: Yeah, I think what makes me happiest is your optimism, especially about

the future. And I think, for me, here I'm also talking about my generation.

We've been taught the world is going down the drain and we're all gonna die

very soon, and to find someone as open as you, with optimism, is special. A

lot of young people are fascinated by what you are doing. Do you think it is

because of this optimism?

KS: Also I understand that the works I have composed give a lot for studying,

for learning and for experiencing. In particular, experiencing oneself, and that

gives people confidence, so they see there is a lot still to do.

BG: And also maybe because you have done so many things that I think that

so many young people just have to find one per cent of its worth and they can

identify with what you've done.

KS: Maybe with different works, because they cannot know them all. I have

253 individually performable works now, in scores, and about 70 or 80 CDs

with different works on them, all different, so there is a lot to discover. It's like

a world in a world, and there's so many different aspects. That's probably

what they like: all of the pieces are very different. I don't like to repeat myself.

BG: Do you think it's our duty to push everything to its limits, use everything

that we have, like all the intelligence and all the time, and try out everything,

especially if it is difficult, or do you think it's more a question of just following

one's instincts, leaving out the things that don't turn us on?

KS: I am thinking at this moment of my children. I have six children, they are

quite different. In particular there are two, who are the youngest by the way,

who are still drawn into many different directions that concern taste, or excite-

ment, and there is one son who is a trumpeter who tried at a certain moment

a few years ago to become a spiritual teacher. To be a Yoga teacher and help

other people who were desperate to cheer up and to believe in a better world,

but then I told him there are enough preachers, and stick to your trumpet. It

took him a few years before he came back to his trumpet, and now he seems

to be concentrated and leaves out most of the things that are also possible for

him. I could have been a teacher, an architect, a philosopher, a professor in

God knows what amid many different faculties. I could be a gardener or a

farmer very easily: I was a farm hand for a long time, for a year and a half of

my life. I was in a car factory for a moment, and I liked that work as well, but

I understood at the end of my studies, when I still was working on a doctorate

and as a pianist I rehearsed four or five hours a day the piano, as a solo instru-

ment. I played every night in a bar to make a living, but since I composed the

first piece where I felt it sounded very different from all I know, I have con-

centrated on composition and I have missed almost everything that the world

offers to me, other faculties, other ways of living as you've just said, excite-

ment of all kind, entertainment of all kind. I have really concentrated day and

night on that one very narrow aspect, composing and performing and correct-

ing my scores and publishing my scores. And, for me, it was the right way. I

cannot give general advice, because if one does not hear that inner call, one

doesn't do it. So you have to hear the call and then there is no question.

BG: Yeah, it's like where you can go furthest.

KS: I don't know. I just think I couldn't achieve anything that makes sense to

myself if I don't concentrate entirely on that one thing. So I miss a lot of what

life has got to offer.

BG: And learn how to sit in a chair.

KS: You know I conduct also, it's not just sit in a chair. I conduct orchestras,

choirs, rehearse a lot, and run around and set up speakers with the techni-

cians and arrange all the rehearsals, so it's not just sitting on a chair, but I

know what you mean, yes, it's concentrating on that one vocation.

 

Fonte: www.stockhausen.org/bjork